A resenha do filme Oblivion (Tom Cruise, Morgan Freeman, Olga Kurylenko) foi escrita por Marcelo Molinari (Blog)
Não esperava nada de Oblivion quando comecei a ver o filme após uma longa série de anúncios que deveriam ser banidos do cinema. Minhas impressões começaram a mudar quando o filme iniciou-se.
Oblivion é dirigido pelo mesmo diretor de Tron: O Legado. Há diversas semelhanças entre os dois filmes e não se trata apenas da questão visual. O diretor impõe um ritmo lento em seus filmes e dá espaço a contemplação dos objetos em cena. O diretor Joseph Kosinski permita que o espectador observe as imagens que apresenta com certa dúvida e estranhamento. Algo raro entre os diretores contemporâneos, especialmente em filmes de grandes orçamentos. Quando assisti Tron percebi a mesma ânsia do diretor em apresentar mundos estáticos e sombrios. A trilha sonora de Tron: O Legado é espetacular e tão sombria quanto o mundo que nos é apresentado, criando uma bela atmosfera. Oblivion segue a mesma linha, com cenários estáticos e geométricos. Olhares estranhos e quase surreais que remetem a um sentimento de niilismo e fuga. O filme Oblivion inicia muito bem e de modo geral podemos observar um mundo estranho no decorrer do filme. Kosinski apresenta uma visão de mundo interessante, algo que nos leva ao sensorial e ao terror do que pode ser a imagem. Podemos enxergar a nós mesmos como criaturas robóticas e presas, de ações sem rumo ou qualquer certeza. Durante os quarenta minutos iniciais do filme acreditei que o filme decolaria. Mas, não foi o que aconteceu.
O filme começa bem e depois acaba tornando-se um pouco pretensioso. Oblivion cai para um jogo de reviravoltas e diálogos chatos e o ritmo inicial é perdido. Não vou ficar revelando nada sobre o filme, nem vou ficar entregando spoilers. O potencial do estilo de Kosinski é destruído e da metade para o final o filme torna-se não apenas convencional como chato. Enquanto assistia quatro pessoas foram embora. A narrativa torna-se um debate sobre fatos, verdades e mentiras. O estilo desaparece e só resta um sentimento de decepção.
Não recomendo o filme como ficção científica. O filme se perde na tentativa de solucionar as dúvidas do protagonista e pode ser resumido a um debate em torno de uma situação que se mostra verídica e acaba revelando-se falsa. Há pouco desenvolvimento narrativo ou trabalho com os personagens. Seria muito mais legal se o filme fosse uma verdadeira guerra entre alienígenas e humanos. Hoje em dia, tantas pessoas reclamam dos grandes filmes dos anos 90, mas pelo menos estes filmes eram menos pretensiosos e pensavam em primeiro lugar na diversão do espectador. Prefiro mil veze o Will Smith de Independence Day aos filmes pretensiosos de hoje em dia, com diretores que acham que poderão tornar-se artistas realizando trabalhos medíocres. Basta lembra A Origem, Suckerpunch.
Kosinski é um diretor com boas ideias, mas poderia ser muito melhor. Oblivion acaba sendo um filme chato e ruim. Infelizmente a safra de filmes de 2013 continua decepcionante. Achei que finalmente poderia ver um filme de efeitos visuais um pouco melhor, mas não foi desta vez.
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